AUDIMA

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Mary Oliver

É verdade que vivemos entre mistérios demasiado maravilhosos

 para serem compreendidos.

Como a erva pode ser alimento nas/ bocas dos carneiros.

Como os rios e as pedras juram

lealdade eterna à gravidade

ao passo que o nosso sonho é erguermo-nos.

Como duas mãos se tocam e esses vínculos

jamais serão quebrados.

Como as pessoas chegam, do deleite ou das

cicatrizes da mágoa,

 ao consolo de um poema.

Que eu me mantenha longe, sempre, daqueles

que julgam possuir as respostas.

Que eu viva sempre na companhia daqueles que dizem

‘olha ali!’ e riem de espanto,

e inclinam as cabeças.

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